sábado, 3 de maio de 2014

A MESA DO POBRE É ESCASSA E A MISÉRIA É PROFUNDA

É realmente estranho, chocante, o fato de que, num mundo como o nosso, caracterizado por tão excessiva capacidade de escrever e de publicar, ainda exista, até hoje, tão pouca coisa escrita a cerca do fenômeno da fome, em suas diferentes manifestações.

O desequilíbrio social é  marcante, pois, o individualismo e o egocentrismo tomaram conta do monopólio econômico e financeiro. É o tostão contra o milhão. Nunca se viu um mundo tão cheio de conflitos como o mundo da idade contemporânea. Um mundo pleno de desejos e ambições, invejas e lutas pelo autoritarismo, mesmo que o regime seja democrático, parlamentarista, socialista e outros. Domínio de posse pelo poder dos instintos pessoais. Autocracia plena.

Não presenciamos um mundo em busca de alimentação e saúde, e sim de artificialidades, de aparências e concorrências tecnológicas que prejudicarão os seres humanos nos próximos dez anos.

Quanto a fome, foram necessárias duas terríveis guerras mundiais e uma tremenda revolução social - a revolução russa - nas quais pereceram dezessete milhões de criaturas, das quais doze milhões de fome, para que a civilização ocidental acordasse do seu comodo sonho e se apercebesse de que a fome é uma realidade demasiado gigante e extensa, para ser tapada com uma peneira aos olhos do mundo. Fome não é matéria política.

Para se combater a fome necessário se torna fortalecer a saúde, uma contingência forçada da civilização ocidental. Destruir a natureza é fortalecer a fome, e, para sobreviver, é alentador verificar-se que é na alimentação adequada, e não na bomba atômica ou no plano nuclear, reside a resposta adequada.

A fome não é somente a falta de alimentos para atender o apetite e sim os males causados pela industrialização dos alimentos e a cultura agrícola moderna que além de tóxicos impedem a compra dos mesmos pela classe pobre. Vem em seguida a farsa da cesta básica. O alimento é objeto de luxo. É só experimentar um restaurante popular no peso, quando um kilo de arroz custa apenas trinta reais.

Em nenhuma outra fase da história da humanidade foram tão tensas as relações entre os homens. As tensões sociais, os conflitos ideológicos, as competições econômicas e financeiras, as fricções políticas entre grupos, classes, países e blocos de países, atingiram em nossos dias uma tremenda intensidade, ameaçando de forma inquietadora a paz, a tranquilidade e a própria sobrevivência da  civilização.

É mostrando com precisão e riqueza de detalhes os violentos contrastes reinantes entre os países de abundância e os países de miséria.Em matéria de produção, de saúde, de educação, de índice de consumo, em todos os setores se evidencia a precariedade das regiões sub-desenvolvidas. Mas a característica mais marcante, o traço mais negro e mais constante da conjuntura econômica e social destas regiões subdesenvolvidas é a fome crônica e generalizada em que vegetam suas massas de população: as ''grandes massas deserdadas''nas quais apenas recebem como herança, duma geração para outra, sua cota fixa de fome e miséria.

Neste momento crítico da história do mundo e da humanidade, de tão tremenda tensão social entre os homens,faz-se, pois, necessário eliminar o mais rapidamente possível este fator de agitação e de agravamento das tensões sociais reinantes, que é o fenômeno da fome universal. A história da fome é longa e cruciante. Se olharmos a densidade demográfica da população de imigrantes sentimos que o Brasil, mesmo com os seus problemas, é uma mãe acolhedora, humana e generosa.

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