O quadro animado das virtudes e paixões é comemorado no dia do professor, uma data de reflexo de inteligência e uma glória, pois a inspiração em homenagem ao mestre, ressalta a nobreza e sublimação da missão de educador, e manifesta-se o reconhecimento da sociedade pelo mais difícil trabalho humano que é o de educar.
Todas as outras funções cuidam de cousas, de objetos, de técnicas, de ideias, de conceitos. Mesmo as que tratam do homem como a medicina, atentam mais para a pessoa como objeto de cura. Só o magistério se preocupa com a pessoa humana. O professor, em certo sentido, é mais do que um pai. É a infraestrutura de todos os segmentos da atividade humana. O importante de toda a história da humanidade é saber que quem educa uma criança assume a responsabilidade de formar-lhe a alma.
O mestre é consciente das suas responsabilidades, assume e exerce as suas funções, não como simples informador de conhecimentos, nem tampouco executor de formas e regras de procedimento, mas um ser humano que abre os horizontes, perspectivas para que o educando por si seja o sujeito e construtor da sua própria destinação humana, social e histórica. Ajuda o aluno a se capacitar para descobrir os valores humanos e eternos, inerentes e imanentes na sua interioridade, dar-lhe ânimo, vigor, entusiasmo, fé e esperança para aprimorá-los e exalçá-los.
O professor através do magistério reclama um pouco de gênio, um pouco de herói e um pouco de santo.
Gênio, porque implica criatividade e descoberta. A educação não pode e nem deve ser massificada. Ela é diversificada, pessoal. Cada aluno é um universo à parte. A polivalência da genialidade do mestre consiste em adequar-se numa mobilidade infinita, aos mais variados e diversificados tipos humanos de educando.
Como um herói, tem que superar-se a si próprio, ao seu egoísmo, ao seus limites e desânimos, para projetar-se na alma e na sensibilidade do aluno, sem fazer refletir os seus problemas e dramas pessoais. Tem que ser um santo, paciência, doçura e ternura, indistintamente, para todos os alunos e mais especialmente para os carentes de afetividade ou de capacidade mental. Jamais o tipo individualista, ensimesmado, egoísta, deveria sentar-se na cátedra de mestre. Magistério não é função, é sacerdócio. É sacrifício. É renúncia. É idealismo. É ato de amor. Hoje quero dar um abraço a cada professor, a cada professora, porque sei que, mal remunerado, mal compreendido, sofrido e amargurado, sua carteira de identidade é o seu sorriso, é a sua bondade, é a sua compreensão. É o amor que você tem aos seus alunos como se fossem seu filhos.
Todos os princípios políticos e sociais manifestam-se nos palanques falando sobre a educação, mas o primado do ser humano professor é uma partícula, na sua maioria, perseguida pelos instintos políticos, que desrespeitam acima de tudo a valorização humana de tão grande sublimidade que é o magistério.
O direito à educação é, no Brasil, uma norma constitucional, e o que fazer para superar todas as dificuldades e deficiências ainda existentes nesse país? Falta no Brasil um comando superior nacional para prestigiar uma das profissões mais importantes de nossas vidas, que é o professor.
Hoje o Brasil deveria comemorar com atos cívicos esta data magnificante pelo que representa e significa a Educação e o Magistério. NÃO PODEMOS DEIXAR DE REGISTRAR NESTA DATA QUE UM DOS MAIORES PROBLEMAS NACIONAIS É A EDUCAÇÃO DO POVO. Acorda, Brasil.
